domingo, 18 de julho de 2010

O Fotógrafo - Douglas Kennedy

Hoje, o que tenho a dizer refere-se ao mais recente título que terminei de conhece após alguns dias de leitura que pareciam não ter fim.
“O Fotógrafo” (The Big Picture - 1997) é um romance escrito por Douglas Kennedy, nascido em Manhattan, 1955.


O livro é dividido em três partes que contam as loucas etapas da vida de Ben Bradford, advogado bem – sucedido de Wall Street, casado com Beth e pai de dois filhos.
Como a maioria de nós Ben Bradford tinha um sonho, ser fotógrafo. Este, porém, não pode ser concretizado por conta da reprovação do pai, um advogado rico, que acreditava que isto seria, além de uma vergonha perante a sociedade da época, uma carreira sem futuro, sem retornos financeiros.
Acatando as ordens do pai e sem condições financeiras de dedicar-se à luta pela realização de seu sonho, Ben entrou para uma excelente universidade e tornou-se doutor em Direito, sendo sustentado pelo pai até concluir esta etapa. E assim nasceu um advogado rico, sócio de um importante escritório de Nova York que adotou a fotografia como uma simples distração e mais um bom motivo para gastar dinheiro.
Nos tempos de faculdade, mantinha uma relação apaixonada com Beth, mulher bonita e inteligente que sonhava em ser escritora, não ter filhos e não ter um casamento oficial. Diferente de Ben, esta mulher persistiu na idéia de tornar-se uma artista.
Sua idéia de felicidade encontrou as primeiras dificuldades quando em uma linda noite, o casal arrancou as roupas após algumas garrafas de vinho e concebeu o primeiro filho, Adam e depois de alguns poucos anos, o segundo, Josh.
Durante este período, Beth pode dedicar-se a tentativa de publicar um dos seus romances, sempre incentivada por Ben, que garantia a vida da família com sua carreira lucrativa, não tendo êxito em nenhum de seus livros.
Com os dois extremos dividindo o mesmo teto (o fracasso total de Beth e o sucesso na carreira de Ben), tem-se uma crise insuperável no casamento.
O fato mais importante é quando em um momento de loucura, resultante de uma rotina estressante e de tentativas consecutivas e inúteis de salvar um casamento, Ben descobre estar sendo traído pela esposa e mata Gary (vizinho da família e amante de Beth).
Gary é um homem arrogante e detestável que apesar de seus defeitos possui o ponto fundamental em comum com a fracassada e deprimida Beth: não desistiu da vida artística por uma carreira vantajosa. Coincidentemente, sonhava e trabalhava loucamente na tentativa de ser um fotógrafo famoso.
O resultado disso foi a sua morte e a curiosa inversão de papeis cuidadosamente planejada pelo seu assassino: Ben Bradford.


Tenho que confessar que inicialmente achei a história tediosa, sem graça e comum. Cheia de detalhes técnicos, como milhões de marcas e modelos de máquinas fotográficas, que só deixavam tudo mais lento.
Entretanto, os conflitos pessoais de Ben Bradfort começam a ser interessantes quando ele perder o controle, o que parece fazer com que todos a sua volta sintam o mesmo, como sua esposa. O personagem central consegue ser um homem deprimido e apavorado e ao mesmo tempo ter uma clareza de raciocínio fora do comum. Consegue a partir do maior erro de sua vida realizar sonhos. São contradições que tornam tudo muito melhor.
Douglas Kennedy consegue relacionar personagens com personalidades e idéias de felicidade e realização totalmente diferentes de uma maneira muito real.
Além do fato de autor me deixar muito curiosa para saber o que Ben estaria planejando para o dia seguinte, gostei principalmente de não ser um romance depressivo e meloso, tem senso de humor, ironias cômicas e muito sarcasmo. Apesar de não ser o melhor livro que já li, recomendo a todos que não estejam planejando matar alguém.
Então é isso...

Ótima semana e até qualquer dia...

Rebekka Samson.